[Você na missão de Deus] Objeção 2: a questão do chamado

"Mas eu não sei se tenho um chamado", uma frase comum que muitos expressam quando se trata do trabalho transcultural. A ideia de um chamado sobrenatural, como o experimentado pelo apóstolo Paulo, pode parecer distante para a maioria de nós.

No entanto, será que realmente precisamos de um sinal divino tão claro para dar passos significativos em direção a uma vida transcultural?

Vamos explorar como podemos avançar mesmo sem essa revelação sobrenatural dos céus...

1.  A Busca por Sinais Claros

Muitos anseiam por um chamado tão evidente quanto o de Paulo.

Mas a realidade é que a maioria dos trabalhadores transculturais não recebe uma direção tão clara. Suas experiências com Deus vêm em tons variados, ao longo do tempo, moldando sua jornada. Se esperarmos por um sinal inequívoco antes de agir, corremos o risco de perder oportunidades valiosas.

2. A Perspectiva de Jesus sobre o Chamado

Ao refletirmos sobre as palavras de Jesus em Mateus 28, percebemos que Ele não exigiu sinais claros antes de enviar Seus discípulos.

Ele os instruiu a ir ao mundo e fazer discípulos, confiando em Sua presença constante.

Em vez de buscar uma luz verde, devemos seguir adiante até que uma luz vermelha nos pare. Jesus valoriza a obediência ao que já foi falado do que uma espera letárgica por direções específicas e "seguras" que, no fundo, nos fazem sentir menos a nossa dependência de Deus.

3. O "Para Onde" e o "Com Quem"

A primeira pergunta que surge muitas vezes é para onde devemos ir.

Embora a localização seja importante, o chamado transcultural pode não se limitar a um lugar específico. 

Devemos também considerar o "com quem". Deus pode estar nos chamando para um povo, não apenas um local. Pedro e Paulo sabiam a quem foram enviados, e essa clareza orientou suas ações.

4. Encontrando Parceiros na Jornada

Ir aos confins da terra não é uma jornada que devemos empreender sozinhos.

A ideia de ir em equipe, compartilhando paixões e desejos, é vital. Ao se juntar a outros com a mesma visão, podemos encorajar uns aos outros, aprender e crescer como equipe. E viver a missão que possui um caráter intrinsicamente comunitário, reflexo de nosso Deus triuno.

A colaboração é chave, e há agências missionárias prontas para conectar aqueles que desejam ir.

5. Passos concretos

Se você se sente inquieto em relação ao trabalho transcultural, você pode agir HOJE.

Ore por direção sobre o "para onde" e o "com quem". Compartilhe com pessoas de confiança para que elas intercedam por você nesta etapa tão importante.

Converse com seu pastor ou líder, busque parcerias, conecte-se com organizações missionárias e dê passos concretos em direção ao seu chamado. (Um bom lugar para você começar a pesquisar é com a AMTB - Associação de Missões Transculturais do Brasil).

Lembre-se, Deus muitas vezes revela Seu chamado à medida que avançamos em fé. Não espere por um relâmpago; comece a caminhar agora!

Tome Ações:

1. Ore por Direção Pessoal: Peça a Deus que revele a você não apenas o local, mas as pessoas às quais Ele está chamando você a servir.
2. Conecte-se com Agências Missionárias: Explore organizações que possam apoiar você na jornada transcultural, fornecendo suporte prático e treinamento.
3. Busque Companheiros de Jornada: Envolva-se com outros que compartilham sua visão e paixão. Juntos, vocês podem se encorajar e crescer na preparação para a missão.
4. Dê Passos Concretos: Não espere por uma confirmação divina "perfeita". Tome passos concretos em fé, confiando que Deus guiará seus passos ao longo do caminho. Um passo de cada vez.

Lembre-se das palavras de Jesus: "Vão, porque eu estarei com vocês, até o fim dos tempos."

Sua presença é a garantia em nossa jornada transcultural.

Oração:

"Senhor, ajuda-me a desistir da ideia de que eu devo ser "chamado" de uma forma sobrenatural.

Expande minha visão, Deus, do que tu poderias fazer através de mim no mundo.

Ajuda-me a entender a quem devo servir, enchendo meus sonhos e orações com informações sobre pessoas com menos acesso a ti.

Dá-me amigos que tenham a mesma visão para que possam unir-se a mim nessa jornada.

Agradeço-te por não ter que ir só, porque sua intenção para mim é trazer outros, treinados por alguém um passo à frente de mim. Guia-me, que eu tenha coragem e persistência para dar um passo de cada vez".

*Conteúdo desse artigo extraído do capitulo 9, do livro "No outro lado da rua e em todo mundo" de Jeannie Marie.